Para os caminhoneiros, a viagem começa bem antes de pegar a estrada. Amarrar a carga é uma das etapas mais importantes para garantir segurança em todo o percurso. Além dos cuidados na amarração, a distribuição adequada da mercadoria no caminhão também é fundamental para evitar problemas durante o trajeto.
Mesmo que o profissional repita esse processo com frequência e que conheça muito o veículo, ainda assim alguns detalhes contribuem para melhorar o desempenho e asseguram uma viagem tranquila. Eles podem estar relacionados com a manutenção, a qualidade do material utilizado para amarrar a carga e a correta distribuição dela no caminhão. Tudo isso reduz a probabilidade de acidentes de trânsito. Além disso, podem prevenir diversos contratempos como excesso de peso por eixo, problemas na suspensão, diminuição da estabilidade do caminhão e perda da capacidade de frenagem.
Desta forma, o recomendado é que o caminhoneiro acompanhe e monitore o embarque dos produtos. Ele deve observar se o peso do material está colocado de forma uniforme na carroceria, o tipo de cinta utilizada para amarrar a carga e como foi feita a amarração. Assim como a distribuição, ela varia de acordo com o tipo de carga transportada.
No dia a dia, este cuidado redobrado pode parecer exagero. Contudo, ao longo dos quilômetros percorridos e dos imprevistos que, por vezes, surgem, estar alerta aos mínimos detalhes faz toda a diferença para chegar no destino com segurança.
Como escolher as cintas para amarrar a carga?
Há diversos modelos de cintas de amarração disponíveis no mercado. Então, é normal ficar em dúvida na hora de escolher. Um dos primeiros pontos para levar em consideração é seguir as normas. Além de definir quais características são exigidas, as regras também facilitam a escolha e certificam que ela seja acertada, com qualidade e segurança.
O que dizem as resoluções?
– Resolução nº 552/2015 do Contran: fixa os requisitos mínimos de segurança para amarração das cargas transportadas em veículos de carga.
Estabelece que devem ser utilizados dispositivos de amarração como cintas têxteis, correntes ou cabos de aço, com resistência total à ruptura por tração de, no mínimo, duas vezes o peso da carga. Dispositivos adicionais também são necessários, como: barras de contenção, trilhos, malhas, redes, calços, mantas de atrito, separadores, bloqueadores, protetores, etc., além de pontos de amarração adequados e em número suficiente.
Além disso, os dispositivos de amarração devem estar em bom estado. Eles precisam ser dotados de mecanismo de tensionamento, quando aplicável, que possa ser verificado e reapertado manual ou automaticamente durante o trajeto.
Em junho de 2017, a Resolução nº 552/2015 foi alterada pela Resolução nº 676. Com a alteração, as carroçarias de madeira novas deverão ter obrigatoriamente chassis e travessas metálicas. Já para os veículos em circulação, deverão ser adicionados aos dispositivos de amarração perfis metálicos em “L” ou “U” nos pontos de fixação.
Uma das regras proíbe a utilização de cordas para amarração da carga. O que vale é a utilização apenas de materiais mais resistentes, tais como cabos de aço, correntes ou cintas especiais.
A resolução determina também que não é permitido fazer uso de dispositivos de amarração em pontos feitos de madeira. Ainda que tais pontos sejam de metal e possam estar presos a um elemento de madeira presente na carroceria.
Para saber os requisitos mínimos para amarração da carga de acordo com o tipo de veículo clique aqui.
O que diz a ABNT?
– ABNT NBR 15883-1: especifica os requisitos mínimos para o cálculo de tensões para conjunto de amarração, visando o dimensionamento correto da amarração para o transporte seguro de cargas, via rodoviário, ferroviário, fluvial ou marítimo ou em combinações correspondentes.
– ABNT NBR 15883-2: especifica os requisitos mínimos de segurança para uso e para os ensaios dos materiais de amarração, visando o transporte de cargas em veículos por rodovias, ferrovias e vias marítimas ou em combinações correspondentes.
Além das normas para amarrar a carga
As normativas estabelecem os requisitos mínimos para garantir a segurança dos motoristas. No entanto, há outros aspectos que podem ser observados para que a amarração seja adequada e segura como:
- Qualidade da costura da cinta: o recomendado é que a trama tenha um número maior de fios para gerar mais força e resistência.
- Absorção de água: se o produto absorve muito líquido, a tendência é que o material fique mais rapidamente comprometido, o que pode prejudicar a resistência e a segurança da viagem.
Tipos de amarração
A amarração é um procedimento técnico que deve ser realizado de forma minuciosa não apenas para evitar o deslocamento da carga, mas principalmente para não colocar o motorista em perigo.
Existem diferentes formas de amarração e cada uma é indicada de acordo com o peso, tamanho e fragilidade da carga. O ideal é que os profissionais envolvidos na amarração tenham domínio da técnica e conheçam bem a mercadoria para definir qual a maneira mais adequada de amarrar.
Por mais tempo que você esteja na estrada, não descuide destes que são fatores essenciais para garantir uma boa e segura viagem.
